PF deflagra operação para investigar tentativa de golpe em 2022; Bolsonaro e aliados são alvos
A Polícia Federal iniciou uma operação para investigar uma suposta tentativa de golpe de Estado durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a derrota nas eleições de 2022. A organização criminosa em questão teria se dividido em grupos para disseminar a ideia de fraude nas eleições e promover a intervenção militar.
A operação, chamada de Tempus Veritatis, envolve 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. Entre os alvos estão Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL); o general da reserva Augusto Heleno; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Walter Braga Netto; o ex-comandante do Exército Paulo Sérgio Nogueira; e Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro.
Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro, e Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor especial do político, foram presos na operação. Bolsonaro também foi alvo de medidas restritivas, incluindo a entrega do passaporte em 24 horas e a proibição de contato com os investigados.
O ex-presidente, condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral por ataques ao sistema eleitoral, alegou estar sofrendo uma “perseguição implacável”. A Polícia Federal afirmou que o grupo investigado atuou na disseminação de informações falsas sobre fraudes eleitorais antes das eleições de 2022, visando legitimar uma intervenção militar por meio de milícia digital. Os crimes investigados incluem organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, especialmente porque muitos dos alvos são militares.