PF instaura inquérito para apurar se equipe de Tarcísio plantou atentado em 2022 para favorecê-lo na campanha
A Polícia Federal abriu uma investigação para esclarecer se a equipe de Tarcísio de Freitas elaborou uma versão falsa do tiroteio ocorrido durante a visita dele a Paraisópolis, em São Paulo, durante a campanha eleitoral de outubro de 2022.
A investigação busca determinar se a notícia do suposto atentado foi divulgada pelos apoiadores com o intuito de impulsionar a popularidade do candidato visando ganhos eleitorais.
Conforme relato do Estadão, o inquérito foi iniciado em junho de 2023 pela PF e se concentra na alegada infração ao Código Eleitoral e “outras possíveis violações que venham a ser identificadas no decorrer da apuração”, conforme determinado pelo delegado Eduardo Hiroshi.
A assessoria do governador emitiu um comunicado afirmando que o caso já foi examinado pela Justiça Eleitoral, concluindo que não houve interferência política no incidente, e portanto, não há motivo para investigação da Polícia Federal.
De acordo com informações do Estadão, a denúncia que motivou a abertura do inquérito está fundamentada em reportagens que indicam que o ex-cinegrafista da Jovem Pan, Marcos Vinícius Andrade, alega ter sido pressionado por assessores de Tarcísio a apagar gravações que supostamente mostravam os seguranças do então candidato disparando contra o homem que faleceu no tiroteio, possivelmente com o objetivo de simular um atentado falso.
O inquérito da Polícia Civil de São Paulo, que investigou a morte, concluiu que o disparo partiu da arma de um policial militar.
Em resposta ao Estadão, o advogado de Tarcísio, Thiago Boverio, optou por não comentar o assunto.
Foi apurado pelo Estadão que o início da investigação dividiu membros da PF e tem gerado queixas na prefeitura, com alegações de que a PF está sendo usada de forma tendenciosa contra oponentes do presidente Lula. Isso se deve ao fato de Tarcísio ser considerado um dos principais adversários potenciais do petista nas eleições de 2026.
As primeiras diligências da PF, realizadas em agosto, concluíram que o governador em nenhum momento mencionou um atentado, descrevendo o evento como um ‘ataque’, sem atribuir qualquer motivação política ou partidária ao ocorrido em suas redes sociais.