PF investiga desembargador do TJ-SP e advogados por suspeita de negociarem a venda e compra de decisões judiciais em São Paulo
A Polícia Federal (PF) está investigando o desembargador Ivo de Almeida, da 1ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), e advogados de Ribeirão Preto por suspeita de corrupção, especificamente pela venda e compra de decisões judiciais.
A defesa de Ivo de Almeida, representada pelo advogado Alamiro Velludo Salvador Netto, informou que ainda não teve acesso aos autos que embasaram as medidas cautelares determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo o advogado, aguarda-se o acesso completo às investigações para que a defesa possa se posicionar e esclarecer os fatos.
A “Operação Churrascada” da PF cumpriu 17 mandados de busca e apreensão em endereços na capital e no interior paulista ligados aos investigados, incluindo o desembargador e outros advogados.
A investigação aponta que Ivo de Almeida é suspeito de negociar sentenças em processos sob sua relatoria e durante o plantão judicial. A PF também investiga a prática de “rachadinha”, na qual funcionários do gabinete do desembargador seriam obrigados a repassar parte de seus salários.
Embora a PF tenha solicitado a prisão dos investigados, o STJ negou a medida. A operação decorre da “Operação Contágio”, realizada em 2021 pela PF, que desmantelou uma organização criminosa responsável pelo desvio de verbas públicas na área de saúde.
Internamente, outros desembargadores do TJ-SP manifestaram surpresa com as acusações contra um de seus pares na área criminal, considerada menos propensa a envolvimentos desse tipo.
Ivo de Almeida, formado pela PUC-SP e magistrado desde 1987, assumiu como desembargador em 2013.