
PF Não Admite Erro e diz que Filipe Martins Forjou Saída do País
Filipe Martins é acusado de manipular informações para evitar a aplicação da lei penal
A Polícia Federal concluiu que Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, teria forjado sua saída do Brasil em dezembro de 2022. A estratégia, segundo a PF, visava dificultar sua localização e driblar a aplicação da lei penal. O caso é investigado no contexto de uma suposta tentativa de golpe de Estado por Bolsonaro e seus aliados após a derrota nas eleições presidenciais daquele ano.
A investigação revelou ao menos três inconsistências significativas. Em fevereiro de 2024, a Polícia Federal declarou que Martins estaria entre os passageiros do avião presidencial que deixou Brasília com destino a Orlando, nos Estados Unidos. Contudo, não há registros oficiais de sua saída do país. Para complicar ainda mais o caso, o Aeroporto Internacional de Brasília informou ao STF que as imagens do embarque foram apagadas após 30 dias, impossibilitando a verificação visual do ocorrido.
Martins foi preso em 8 de fevereiro de 2024, em Ponta Grossa, Paraná, no apartamento de sua namorada. Durante depoimento, ele alegou que nunca saiu do Brasil e que havia viajado para Curitiba em 31 de dezembro de 2022. Porém, a Polícia Federal apontou que seu nome apareceu no site do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), indicando uma entrada em Orlando em 30 de dezembro de 2022. Essa informação foi posteriormente corrigida, mostrando que o último registro de entrada com o passaporte de Martins datava de 30 de agosto de 2019. Ele já havia registrado o extravio desse documento em 2021.
Mistérios e lacunas alimentam suspeitas
O desenrolar da investigação destaca um enredo repleto de dúvidas, desde registros contraditórios até lacunas nos sistemas de vigilância. O caso de Martins é mais um capítulo em uma série de episódios que cercam os bastidores do governo Bolsonaro, levantando questionamentos sobre ações coordenadas para evitar o alcance da justiça.
O legado de uma crise política
As investigações sobre Martins e outros aliados do ex-presidente ilustram as feridas ainda abertas na política brasileira. Combinando acusações de fuga, manipulação de informações e supostos golpes, o cenário reflete um momento de extrema fragilidade institucional e desconfiança entre os poderes.