PF trava guerra digital contra patriota e perde: 10 milhões de tentativas, zero acesso

PF trava guerra digital contra patriota e perde: 10 milhões de tentativas, zero acesso

Mesmo com ordem de Moraes e software de ponta, celular de investigado do 8 de Janeiro continua indecifrável — e mistérios seguem guardados atrás da tela rachada

A Polícia Federal chegou ao limite da paciência — e da tecnologia. Em uma verdadeira maratona digital, agentes tentaram nada menos que 10 milhões de combinações de senha para desbloquear o celular de Renato Marchesini, um dos presos pelos ataques golpistas de 8 de Janeiro. O esforço hercúleo, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, terminou sem sucesso. O aparelho, um Samsung Galaxy A30 com a tela trincada, resistiu bravamente a todas as investidas da PF.

O objetivo era claro: vasculhar o conteúdo em busca de mensagens com termos explosivos como “morte ao Xandão”, “invadir os prédios”, “fora Lula” e “Bolsonaro”, além de nomes, contatos, fotos, vídeos e dados de localização que pudessem ligar Marchesini às depredações dos Três Poderes.

Para tentar a façanha, a PF utilizou o software Cellebrite Premium, conhecido por sua eficiência na quebra de senhas em dispositivos móveis. A ferramenta gerou um “dicionário digital” com base em informações pessoais do investigado — como nomes de parentes, datas importantes e combinações numéricas — mas nem assim conseguiu desvendar o código.

No relatório encaminhado ao STF, os policiais informaram que só conseguiram identificar o modelo do celular e seu estado físico. Todo o resto permaneceu inacessível, como um cofre digital blindado. O aparelho foi devolvido, junto com o laudo técnico, à área da PF que cuida do cumprimento das ordens da Suprema Corte.

Marchesini, hoje com 42 anos, chegou a ser preso, mas acabou liberado provisoriamente dias depois, por decisão do próprio Moraes. Desde então, ele vive sob vigilância: usa tornozeleira eletrônica, entregou seus passaportes, teve a posse de armas suspensa e está proibido de usar redes sociais ou ter contato com outros envolvidos no 8 de Janeiro.

O ministro do STF também havia solicitado a análise de 36 termos específicos no celular, incluindo expressões como “golpe”, “intervenção militar”, “QG do Exército”, “destruir”, “danificar”, “financiador”, “nova eleição”, “código-fonte”, entre outras. A intenção era entender com mais clareza o papel de Marchesini no quebra-quebra e se ele teve algum tipo de protagonismo ou liderança nos atos.

Até o momento, porém, não há provas de que ele tenha participado diretamente das invasões ou destruído patrimônio público. O que se sabe está guardado em um celular que, por enquanto, ninguém consegue abrir.

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