PGR mantém suspensão da privatização de escolas em São Paulo

PGR mantém suspensão da privatização de escolas em São Paulo

Paulo Gonet dá parecer contrário ao decreto que entrega gestão de escolas à iniciativa privada

O Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, manifestou-se contra a suspensão da liminar que trava a privatização da gestão de 33 escolas estaduais em São Paulo. O decreto, assinado pelo governador Tarcísio de Freitas, faz parte do programa PPP Novas Escolas, que transfere para empresas privadas a construção, manutenção e administração de serviços não pedagógicos das unidades de ensino.

A manifestação de Gonet ocorreu nesta segunda-feira (17/3) após um pedido do governo paulista para reverter a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que bloqueou temporariamente o avanço da privatização. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que solicitou um parecer da PGR.

Contestação judicial e impacto na educação

O decreto foi questionado pelo vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL), por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), movida pelo diretório estadual do partido. A principal crítica é que a medida retira do estado a responsabilidade pela gestão escolar, o que violaria a Constituição.

A administração estadual argumenta que a concessão à iniciativa privada permitirá a construção de novas unidades e melhorará a infraestrutura das escolas. No entanto, Gonet ressaltou que não há provas de que a suspensão da medida tenha prejudicado o ano letivo ou causado impactos administrativos graves.

Leilões, bilhões em contratos e protestos

O projeto PPP Novas Escolas foi dividido em dois lotes e leiloado na Bolsa de Valores. O Lote Oeste, com 17 escolas, foi vencido pelo Consórcio Novas Escolas Oeste SP, liderado pela Engeform Engenharia, em um contrato de R$ 3,38 bilhões por 25 anos. Já o Lote Leste, com 16 unidades, ficou com o Consórcio SP Mais Escolas, comandado pela Agrimat, recebendo R$ 3,2 bilhões pelo mesmo período.

A privatização gerou revolta entre estudantes e professores, que organizaram protestos durante os leilões. Em uma das manifestações, a polícia usou bombas de gás para dispersar os participantes.

O governo paulista afirmou, em nota, que ainda não foi formalmente notificado sobre o parecer da PGR. Com a decisão, o embate jurídico continua, e o futuro do programa segue indefinido.

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