PGR nega pedido de soltura de Débora dos Santos

PGR nega pedido de soltura de Débora dos Santos

A Procuradoria-Geral da República (PGR), liderada por Paulo Gonet, decidiu ignorar o pedido de soltura de Débora dos Santos, a cabeleireira de 38 anos que se tornou símbolo de resistência ao rabiscar com batom a famosa frase “perdeu, mané” na Estátua da Justiça, em frente ao STF, durante os eventos do 8 de janeiro.

Apesar dos argumentos apresentados pela defesa, que destacou o fato de Débora ser mãe de dois filhos menores, Gonet manteve a posição fria e burocrática de que “não há novos argumentos” para justificar a soltura dela. Ou seja, para a PGR, o fato de uma mãe estar afastada dos filhos não é motivo suficiente para rever a decisão. Parece que, quando se trata de questões como essa, o peso da Justiça é bem mais pesado para alguns.

O advogado Hélio Júnior, numa tentativa desesperada de sensibilizar as autoridades, destacou que outras mulheres envolvidas em situações semelhantes já foram libertadas em agosto de 2023. Mas Débora, por algum motivo que ninguém explica, continua atrás das grades. Ela é, segundo ele, a única mulher ainda encarcerada, sem o direito de responder ao processo em liberdade, mesmo sendo mãe de crianças pequenas. O que estamos vendo aqui é um caso onde a mão da Justiça parece escolher a quem punir com mais rigor, e Débora é a escolhida.

Para piorar, ela só virou ré agora, um ano depois dos acontecimentos, em um processo que avança a passos de tartaruga, enquanto sua vida e a de seus filhos são atropeladas pela lentidão e indiferença das autoridades. Assim, a mensagem que fica é clara: os direitos das mães e a liberdade não são aplicados de forma igualitária, especialmente quando o simbolismo político se sobrepõe ao bom senso e à humanidade.

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