PGR omitiu falas de Mauro Cid que contrastam com denúncia contra Bolsonaro

PGR omitiu falas de Mauro Cid que contrastam com denúncia contra Bolsonaro

A Procuradoria Ganha Destaque, Mas Ignora Versões de Cid na Acusação contra Bolsonaro

Delação de Mauro Cid revela contradições, mas a PGR omite falas do ex-auxiliar que podem mudar a narrativa sobre o golpismo de Bolsonaro

Em um plot digno de thriller político, a Procuradoria-Geral da República (PGR) usou a colaboração de Mauro Cid como peça-chave para fortalecer a acusação contra Jair Bolsonaro (PL), no caso do suposto golpe. No entanto, não é todo dia que uma história de delação ganha contornos tão interessantes. Embora a denúncia se apoie fortemente nas palavras de Cid, a PGR deixou de lado partes da sua versão que contradizem a narrativa montada, quase como se preferissem ignorar o que não se encaixava bem no roteiro.

Os depoimentos de Cid, que chefiou a Ajudância de Ordens de Bolsonaro, são um verdadeiro jogo de altos e baixos. Em alguns momentos, ele afirma ter sido pressionado a dizer o que nunca aconteceu; em outros, sua versão muda conforme as circunstâncias (e as ameaças de perder a delação e ser preso). Isso nos faz questionar: quem está jogando o jogo de esconde-esconde?

A peça acusatória cita o famoso plano “Punhal Verde Amarelo”, que incluiria até o assassinato de Alexandre de Moraes, mas ignora as declarações de Cid em que ele diz não saber se Bolsonaro estava ciente do tal plano. O ex-auxiliar até se viu forçado a mudar a versão várias vezes — com a vida em risco, quem não mudaria de opinião de vez em quando?

Entre os detalhes que a denúncia não quis abordar, está o episódio do 15 de dezembro de 2022, quando a operação que visava a morte de figuras políticas importantes foi abortada. Enquanto a PGR faz parecer que Cid estava completamente envolvido, ele afirma que estava em um lugar sem sinal de celular e não teve contato com os militares naquele dia.

Outro detalhe curioso: a reunião de militares no final de novembro de 2022, que seria sobre a tentativa de golpe. Cid disse que era só um “bate-papo de bar” entre insatisfeitos com a derrota de Bolsonaro. Até aqui, parece até que o clima era mais descontraído que planejado para uma revolução. Mas a PGR preferiu destacar outras versões mais bombásticas, como se a trama estivesse sendo urdida com mais frieza do que realmente foi.

Ao final, temos uma denúncia onde a PGR se agarra a algumas versões, mas ignora as nuances de outras que poderiam enfraquecer o caso. Afinal, em um jogo onde as versões mudam como o vento, fica difícil entender quem realmente sabe de algo e quem está apenas jogando para agradar.

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