PGR pede condenação de réu do 8 de janeiro que permaneceu preso por erro de Moraes
A Procuradoria-Geral da República (PGR) está pedindo a condenação de Kelson de Souza Lima, acusado de participar dos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023. Além de responder por associação criminosa e incitação ao crime, Lima ficou preso por três meses devido a um erro cometido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse erro grotesco manchou ainda mais o já conturbado processo judicial envolvendo o réu.
Segundo o parecer assinado pelo procurador-geral Paulo Gonet, Lima “aderiu conscientemente” às ações que provocaram os ataques à Praça dos Três Poderes, causando um “dano concreto à segurança nacional”. No entanto, em junho deste ano, Moraes cometeu um deslize ao ordenar a prisão de Lima por não ter verificado adequadamente que o réu estava usando tornozeleira eletrônica, embora ele tivesse se mudado para o Ceará com autorização do STF.
A advogada de Lima, Tanieli Telles, argumenta que o processo é motivado por “decisões ideológicas” e que seu cliente sofreu injustamente. Além de ser preso sem justificativa adequada, Lima enfrenta medidas cautelares que ela define como “tortura psicológica”. Esse erro não é apenas um deslize processual, é um retrato amargo da falha de um sistema que insiste em negligenciar direitos básicos e, em vez disso, mantém uma perseguição política implacável.
Lima, que vive em condições de extrema vulnerabilidade, não só foi preso injustamente, mas também teve seus bens bloqueados e sua vida despedaçada. O ministro Alexandre de Moraes corrigiu o erro tardiamente, mas o estrago já estava feito.
