
PGR pede prisão de Carla Zambelli após fuga para Europa
Deputada, condenada a 10 anos de prisão pelo STF, deixou o país alegando “perseguição judicial”
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que deixou o Brasil pouco depois de ser condenada pela Corte a 10 anos de prisão. Agora, cabe ao STF decidir se acata ou não o pedido.
Zambelli confirmou, em entrevista à Rádio Auriverde, que está na Europa. Disse ter saído do país, oficialmente, para tratar de um problema de saúde, mas não deixou de acusar a Justiça brasileira de perseguição. A deputada enfrenta uma pena pesada por ter liderado invasões aos sistemas do Judiciário e, entre outras coisas, falsificado um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
No documento enviado ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defende que a prisão de Zambelli não seria uma antecipação da pena, mas sim uma medida necessária para garantir que a lei seja cumprida. Além disso, pediu que ela seja incluída na lista de foragidos internacionais da Interpol — a famosa “difusão vermelha” — e que seu passaporte seja suspenso imediatamente.
As investigações apontam que Zambelli pode ter saído do Brasil por via terrestre, cruzando a fronteira entre Foz do Iguaçu (PR) e a cidade de Puerto Iguazú, na Argentina. De lá, ela teria seguido para Buenos Aires e depois embarcado rumo aos Estados Unidos, antes de seguir viagem para a Europa.
O advogado da deputada, Daniel Bialski, chegou a confirmar que sabia da viagem, que, segundo ele, seria “para continuidade de um tratamento de saúde”. Contudo, alegando questões pessoais, informou que deixou a defesa de Zambelli.
Vale lembrar que, em 2023, Zambelli teve o passaporte apreendido por ordem do STF, mas o documento acabou sendo devolvido posteriormente.
A parlamentar fugiu antes mesmo da conclusão dos julgamentos de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar não só em prisão, como também na perda definitiva do mandato. A pena foi aplicada por seu envolvimento em uma trama que incluiu a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a criação de documentos falsos — incluindo um mandado de prisão falso, registrado como se tivesse sido assinado pelo próprio ministro Alexandre de Moraes.
Agora, com o pedido formalizado, a decisão sobre o futuro de Carla Zambelli está nas mãos do Supremo.