PMB decide expulsar ex-ministro de Bolsonaro e oficializa apoio a Boulos

PMB decide expulsar ex-ministro de Bolsonaro e oficializa apoio a Boulos

O PMB oficializou nesta terça-feira, 7 de agosto de 2024, o apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura de São Paulo, após deliberação do diretório municipal do partido. A sigla também decidiu expulsar o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub, que tentava se lançar ao pleito pela legenda, e seu irmão Arthur Weintraub.

Rodrigo Fazito, presidente municipal do PMB, explicou que a decisão seguiu uma discussão interna iniciada após Suêd Haidar, presidente do diretório nacional, firmar aliança com Boulos em um evento no último mês. “Foi um marco para nós, e por isso houve uma discussão interna no PMB”, afirmou Fazito.

Parte do partido defendia o apoio a Tabata Amaral (PSB). A votação final, que contou com discussões e pedidos de recontagem, resultou em 55 votos a favor de Boulos contra 33 para Tabata. “Achamos melhor investir na campanha majoritária e abrir mão dos vereadores”, disse Fazito.

Weintraub passa de pré-candidato a pedido de expulsão

Abraham Weintraub havia manifestado interesse em disputar a Prefeitura de São Paulo como candidato independente, após o PMB não protocolar sua candidatura, lançada previamente nas redes sociais em março deste ano, sem o apoio do partido.

Fazito afirmou que a decisão de protocolar o apoio junto à expulsão de Weintraub visa evitar “desconforto relacionado aos ataques que Weintraub fez a Boulos no passado”. O presidente do PMB também criticou as candidaturas de Abraham e Arthur Weintraub (PMB) ao cargo de deputado federal em 2022, afirmando que foram um “erro”. Ambos receberam 3.501 e 3.502 votos respectivamente e não foram eleitos.

“As candidaturas tiraram vagas de duas pessoas do nosso partido. O PMB não compactua com extremismos. Nós somos um partido da composição, da democracia e da paz”, disse Fazito.

O ex-ministro, por sua vez, afirmou que entrará na Justiça para poder concorrer às eleições municipais como candidato independente. “Se o Supremo Tribunal Federal negar, vamos recorrer ao exterior, pois sou cidadão europeu e isso vai ferir um direito pessoal meu, e o responsável por isso terá que arcar com as consequências legais no exterior”, declarou Weintraub.

Legalidade das candidaturas independentes

De acordo com o artigo 14 da Constituição Federal, candidaturas de políticos sem filiação partidária não são permitidas. O advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral, explicou que o ex-ministro pode tentar uma oficialização, mas somente os filiados escolhidos em convenção partidária podem concorrer a cargos eletivos. “Muitos já tentaram recorrer, mas até o momento não há registros de decisões favoráveis”, disse Rollo. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal veda a possibilidade de candidaturas independentes.

Em seu canal no YouTube, o ex-ministro divulgou seu plano de governo, que inclui a redução do número de secretarias e investimentos em segurança pública. Segundo ele, Carlão Reaça (PMB) seria seu vice na chapa. “O PMB é um CNPJ que tem como objetivo eleger pessoas”, disse Weintraub em vídeo, criticando o apoio da sigla a Boulos. Weintraub pretende argumentar que o PMB apoia candidatos diversos, como Boulos e Cristina Graeml (PMB), candidata à Prefeitura de Curitiba, considerada por ele de extrema direita.

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