PMs da Corregedoria têm porte de arma suspenso após denúncia de ameaça com base na Lei Maria da Penha

PMs da Corregedoria têm porte de arma suspenso após denúncia de ameaça com base na Lei Maria da Penha

Justiça acata pedido de ex-mulher de sargento, que relatou intimidação pela atual esposa dele, também policial

A Justiça de São Paulo determinou a suspensão do porte de armas de um casal de policiais militares da Corregedoria da corporação, após uma denúncia de ameaça feita pela ex-mulher de um sargento. A decisão foi baseada na Lei Maria da Penha e ampliou uma medida protetiva já existente contra o militar desde 2023. O caso aconteceu em Sorocaba, no interior do estado.

Segundo a denúncia, a atual esposa do sargento, que é cabo da PM, teria ameaçado a ex-mulher dele durante um desentendimento ocorrido em janeiro deste ano. O episódio ocorreu quando a policial foi buscar a filha do ex-casal e a mãe se recusou a entregar a criança por falta da cadeirinha obrigatória no veículo. A discussão se intensificou e, segundo o relato da vítima, a cabo fez ameaças diretas: “Isso não vai ficar assim, comece a ficar esperta e se cuide, pois o que é seu está guardado”, teria dito.

A ex-mulher também acusa os dois PMs de usarem a estrutura da corporação para persegui-la, registrando boletins de ocorrência militares contra ela. Diante dessas alegações, o Ministério Público apoiou o pedido da vítima para estender a medida protetiva à policial, o que foi aceito pela Justiça.

A magistrada do Juizado Especial Criminal e Violência Doméstica contra a Mulher de Sorocaba justificou a decisão afirmando que há indícios concretos de risco à integridade física e psicológica da vítima.

PMs são investigados

A Secretaria da Segurança Pública informou que os policiais fazem parte do efetivo da Corregedoria e que as medidas judiciais foram cumpridas. A pasta também confirmou que a Corregedoria acompanha o caso e avalia possíveis sanções disciplinares. Já a Ouvidoria da PM disse que não recebeu denúncia formal, mas que, se necessário, acionará os órgãos competentes.

Em nota, a defesa da vítima destacou a importância da decisão judicial:

“Mesmo quando os envolvidos são integrantes das forças de segurança, as garantias de proteção à mulher devem prevalecer. A suspensão do porte de arma é essencial para evitar novas intimidações e reafirma que ninguém está acima da lei.”

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