
PMs se Tornam Réus pela Morte de Estudante de Medicina, Mas Autor do Disparo Não Será Preso
Juíza nega prisão preventiva do policial acusado de matar Marco Aurélio Cardenas, mas impõe restrições.
A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra os policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado, tornando-os réus pelo homicídio do estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, morto em novembro de 2023. O jovem foi baleado de forma fatal em um hotel na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, após um confronto com os PMs.
Marco Aurélio havia dado um tapa no retrovisor de uma viatura e se refugiado em um hotel, onde foi abordado pelos policiais. Câmeras de segurança mostram que ele foi atingido enquanto estava no chão após um confronto.
Apesar de aceitar a denúncia, a juíza Luciana Menezes Scorza, da 4ª Vara do Júri, negou o pedido de prisão preventiva do policial responsável pelo disparo, Guilherme Augusto. Ela argumentou que, embora houvesse provas suficientes de autoria, não havia elementos que justificassem a prisão preventiva, como a “periculosidade social” do acusado ou risco em sua liberdade atual. O PM foi afastado das ruas e está exercendo funções administrativas.
Como medida cautelar, o policial deverá comparecer mensalmente ao tribunal e tem restrições de circulação, incluindo a proibição de deixar o estado sem autorização judicial e de frequentar bares ou festas. A juíza também solicitou à Polícia Militar informações sobre o uso de equipamentos não-letais, como tasers, pelos PMs no momento da abordagem.
A promotoria do caso argumenta que os policiais agiram de forma excessiva, usando força letal contra um indivíduo desarmado e visivelmente alterado, e que a abordagem foi realizada de forma violenta, com uso indevido de recursos.