Polícia Civil de SP deflagra operação contra esquema de R$ 8 bilhões que envolvia financiadores do PCC
Organização usava empresa para lavar dinheiro do tráfico e financiar candidaturas em SP
A Polícia Civil de São Paulo lançou uma operação na terça-feira (6/8) para cumprir 20 mandados de prisão e 60 de busca e apreensão contra pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação, autorizada pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Direitos da Capital, foi realizada com o apoio da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes de Mogi (DISE). Além dos mandados, foram bloqueados mais de R$ 8 bilhões em ativos dos investigados. A investigação revelou que a organização utilizava empresas para lavar dinheiro e apoiar financeiramente candidaturas nas próximas eleições municipais na Grande São Paulo.
A operação teve início após a prisão de uma mulher em Itaquaquecetuba/SP, suspeita de chefiar e armazenar aproximadamente 30 quilos de drogas para o PCC. Ela é esposa de um membro da liderança da facção e era responsável pela comunicação entre os integrantes, transmitindo informações de dentro dos presídios para aqueles em liberdade. A investigação também identificou outras pessoas que faziam parte de uma rede complexa de comunicação, utilizando cartas, mensagens de WhatsApp e advogados para manter o contato entre os membros da organização.
O esquema de lavagem de dinheiro operado pelo PCC envolvia a utilização de uma corretora de criptomoedas e um banco virtual, que movimentaram cerca de R$ 500 milhões durante as investigações. A empresa, registrada no nome de uma jovem de 23 anos, filha de uma candidata a vereadora em Mogi das Cruzes, também tinha o objetivo de financiar agentes do crime organizado nas eleições municipais, lançando candidatos em várias cidades.
Até o momento, 13 pessoas foram presas, e foram apreendidos 20 celulares, sete veículos, três armas de fogo, R$ 25 mil, US$ 4,6 mil e diversos relógios de luxo. Entre os foragidos estão Patric Ueliton Salomão, conhecido como Forjado ou Xuxu, uma das principais lideranças do PCC, e Décio Gouveia Luis, conhecido como Décio Português, apontado como sucessor de Marcola, líder do PCC.