
Polícia Federal Não Encontra Relação Financeira Entre Ex-Desembargador e Atos de 8 de Janeiro
Investigação conclui que transações de Sebastião Coelho são de natureza pessoal e não envolvem manifestações antidemocráticas
A Polícia Federal (PF) concluiu que não há vínculos financeiros entre o ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Sebastião Coelho, e os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A conclusão foi compartilhada com fontes próximas à investigação e repassada ao portal Metrópoles.
Durante a apuração, foram analisadas as transações bancárias de Coelho realizadas entre 1º de agosto de 2022 e a data dos acontecimentos, em cumprimento ao pedido do então corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Luís Felipe Salomão. O pedido estava relacionado ao Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o ex-magistrado, que já havia entrado em conflito com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Coelho havia renunciado ao cargo de corregedor eleitoral em agosto de 2022, poucos dias antes de Moraes assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sua saída foi justificada por ele, que alegou ter sido alvo de discursos inflamados de Moraes, aos quais se opôs publicamente.
O ex-desembargador também foi visto em um acampamento em frente ao Quartel-General do Exército logo após as eleições de 2022, o que motivou o pedido para a quebra de seu sigilo bancário. A investigação, no entanto, não encontrou indícios de que suas transações financeiras estivessem relacionadas aos atos violentos de janeiro. Os gastos analisados referem-se a despesas pessoais, como compras com cartão de crédito, pagamentos de TV por assinatura e despesas de saúde.
Apesar de a investigação não ter encontrado provas concretas de envolvimento de Coelho nas manifestações, o PAD continua, com a finalidade de apurar a conduta do ex-desembargador no contexto dos eventos de 8 de janeiro.