Polícia prende ‘Batata’, chefe de facção criminosa em SP
Leonardo da Vinci Alves de Lima, conhecido como Batatinha, foi detido pela Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) no sábado, 29 de junho. Ele é um velho conhecido da Justiça brasileira e apontado como um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Batatinha foi protagonista de um embate jurídico no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2023 e estava foragido desde fevereiro.
Prisão
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Batatinha foi preso em Mongaguá, no litoral sul de São Paulo, durante uma confraternização familiar. A prisão foi resultado de um trabalho minucioso de inteligência da Polícia Militar.
Em junho de 2023, Batatinha foi liberado por decisão do ministro Sebastião Reis Junior, do STJ. Na época, ele cumpria uma pena de mais de 10 anos em regime fechado no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.
Histórico Jurídico
A liberação de Batatinha pelo STJ ocorreu porque o ministro considerou a prisão ilegal, mesmo com Batatinha portando 2 kg de cocaína. O motivo foi que os policiais decidiram abordar Batatinha por ele demonstrar nervosismo. Para o ministro, essa abordagem foi ilegal, invalidando todas as provas obtidas a partir dela. Dois meses depois, após recurso do Ministério Público de São Paulo, os ministros da 6ª Turma do STJ revisaram a decisão e restabeleceram a prisão.
Detalhes da Prisão
No dia 29 de junho, os policiais da Rota foram até uma casa a dois quarteirões da orla de Mongaguá, após receberem a denúncia de que Batatinha estava escondido ali. O dono da casa, que estava em uma festa de família, permitiu a entrada dos policiais para verificar quem eram os convidados. Entre os presentes, havia um homem que correspondia à descrição de Batatinha. Ele se apresentou como Flavio Pinheiro da Silva e entregou documentos falsos, mas acabou admitindo ser o traficante procurado.
Batatinha foi inicialmente levado a uma delegacia em Mongaguá, mas devido à sua alta periculosidade, foi transferido para a Central de Polícia Judiciária de Santos.
Vida Pessoal e Criminal
Em seu exame criminológico em 2023, Batatinha revelou detalhes sobre sua vida antes de se tornar um dos líderes do PCC. Ele começou a trabalhar como camelô aos 8 anos e a usar cola de sapateiro na mesma época. Nascido em Campina Grande (PB) em 1976, Batatinha é o mais novo de quatro irmãos e se mudou para São Paulo aos sete anos, onde estudou até o 7º ano do ensino fundamental.
Na entrevista para o exame criminológico, Batatinha afirmou que nunca sofreu violência doméstica e que seus pais estavam presentes em sua criação. Apesar disso, começou a usar drogas aos 8 anos e trabalhou em diversas atividades, como mecânico, na construção civil e como balconista, trabalho que exercia na época de sua prisão.
Quando a entrevista foi realizada, Batatinha disse que era casado há 15 anos e tinha três filhos. Ele não recebia visitas da família, mas mantinha contato por cartas e Sedex.