Preço Surreal: João Campos e a Compra de Livros Escolares a R$ 1,6 Mil

Preço Surreal: João Campos e a Compra de Livros Escolares a R$ 1,6 Mil

Superfaturamento de Kits Didáticos em Recife Levanta Suspeitas, Mas Prefeitura Rebate Acusações

Um relatório do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE) revelou que o prefeito de Recife, João Campos (PSB), autorizou a compra de livros escolares destinados aos professores do programa “Mente Inovadora” a preços exorbitantes, com valores que chegam a R$ 1.690 por unidade. A auditoria apontou um superfaturamento de mais de R$ 3 milhões em 2023 e 2024, um valor considerado incompatível com o mercado.

Segundo o TCE, o kit destinado aos professores foi adquirido a um custo de R$ 3.438 por unidade, enquanto o material para alunos custava apenas R$ 58, uma disparidade de mais de 58 vezes. A diferença é ainda mais impressionante quando se comparam os preços dos livros, com cada volume destinado aos docentes custando R$ 1.690, um valor que o tribunal considera exorbitante.

Em resposta, a Prefeitura de Recife negou as alegações, afirmando que o relatório do TCE ainda é preliminar e que o cálculo de superfaturamento está errado. De acordo com a gestão, o valor indicado pelo TCE foi baseado na premissa errada de que o material seria fornecido para apenas 300 professores, quando, na realidade, os livros são distribuídos para mais de quatro mil docentes, o que faria os preços se ajustarem.

Contudo, o TCE apontou que a diferença nos valores não se justifica, uma vez que os kits de alunos e professores possuem materiais e estrutura muito semelhantes. Além disso, o tribunal questiona a falta de licitação na contratação, além da alegação de que houve um direcionamento na escolha da empresa fornecedora, a Mind Lab, que pode ter se beneficiado de um processo sem concorrência. O relatório também sugeriu a responsabilização de diversos agentes públicos envolvidos.

A polêmica vem em um momento delicado para a gestão de João Campos, que já enfrenta questionamentos sobre outros casos de superfaturamento em sua administração, como as obras do Hospital da Criança. A denúncia, embora ainda em análise, levanta um alerta sobre a transparência e o zelo com os recursos públicos em Recife.

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