Prefeito de São Paulo Reage às Críticas sobre Muro na Cracolândia e Questiona Solicitação do STF

Prefeito de São Paulo Reage às Críticas sobre Muro na Cracolândia e Questiona Solicitação do STF

Ricardo Nunes defende a construção do muro e rebate alegações de entidades sociais e do Supremo Tribunal Federal sobre o isolamento na região da Cracolândia.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou nesta sexta-feira (17) o pedido feito pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, para que a Prefeitura explique em até 24 horas a construção do muro na Cracolândia. Nunes afirmou que ainda não havia sido notificado formalmente e ressaltou a expectativa de resposta à Corte.

Em uma coletiva de imprensa, Nunes criticou as críticas de organizações civis sobre a instalação do muro, construído no ano passado no cruzamento das ruas dos Protestantes e General Couto de Magalhães. “As pessoas estão muito desocupadas, criando teorias infundadas. Gostaria que fizessem o trabalho de nossa equipe de saúde e assistência social”, declarou.

O muro de concreto, com 40 metros de comprimento por 2,5 metros de altura, foi erguido no local para substituir tapumes que, segundo a gestão municipal, estavam prejudicando a segurança da população e dificultando o trabalho das equipes de saúde e assistência. Segundo Nunes, a troca teve como objetivo proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade e facilitar o atendimento de ambulâncias e serviços sociais.

Porém, a construção gerou críticas de diversos setores. A Defensoria Pública recomendou a remoção de barreiras na região, com a alegação de que a medida isolava os usuários e prejudicava os esforços de assistência. O padre Julio Lancellotti, da Pastoral do Povo de Rua, comparou o muro a uma forma de segregação, enquanto a ONG Craco Resiste denunciou a falta de infraestrutura no local.

Embora a Prefeitura aponte uma diminuição no número de usuários na área, com a presença de 139 pessoas no período diurno e 240 à noite, comerciantes locais relatam que o fluxo foi dispersado para ruas próximas. Nunes, no entanto, reforçou que a principal prioridade da administração é oferecer apoio e convencer os usuários a buscarem tratamento, destacando que mais de 2,5 mil pessoas estão em acompanhamento atualmente.

A situação continua a gerar intensos debates sobre as melhores estratégias para lidar com a dependência química e as condições de vulnerabilidade social na região da Cracolândia.

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