Prejuízo bilionário gera desconfiança com retomada de obras da Petrobras pós-Lava Jato

Prejuízo bilionário gera desconfiança com retomada de obras da Petrobras pós-Lava Jato

A Petrobras já anunciou o interesse em retomar duas das obras mais simbólicas deste período, a Refinaria Abreu e Lima e o Comperj


A Petrobras planeja retomar duas importantes obras, a Refinaria Abreu e Lima e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que foram afetadas pela Operação Lava Jato. No entanto, há preocupações sobre a possibilidade de repetição de problemas, especialmente devido a mudanças no arcabouço de governança implementado após a operação.

O Tribunal de Contas da União (TCU) estimou um prejuízo de R$ 23,8 bilhões à Petrobras devido a contratos superfaturados relacionados ao cartel de empreiteiras investigado pela Lava Jato. O TCU alerta para o afrouxamento nas rigorosas medidas instituídas nas contratações da Petrobras, destacando alterações no estatuto da empresa que reduziram restrições à nomeação de dirigentes partidários e sindicais.

O tribunal também expressa preocupação com a mudança na Lei das Estatais e a eliminação das quarentenas para indicação de dirigentes. A Petrobras, em resposta à liminar do STF, alterou seu estatuto, reduzindo as restrições, o que resultou em quedas nas ações da empresa e questionamentos da área técnica do TCU.

Além disso, a Petrobras relaxou restrições à nomeação de membros do governo federal para seu conselho de administração, aumentando os riscos de conflitos de interesse. O TCU destaca que decisões tomadas sem observar as regras internas da empresa e a legislação podem gerar questionamentos judiciais, implicando em riscos de condenações no Brasil e no exterior.

As obras da Refinaria Abreu e Lima e do Comperj foram afetadas por irregularidades durante a Lava Jato. A Petrobras alega que a retomada desses projetos é justificada, pois a maior parte do investimento já foi realizado. No entanto, críticos expressam preocupações sobre a possibilidade de repetição dos problemas do passado.

O reforço nas barreiras de proteção na Petrobras foi iniciado no governo Michel Temer, visando aprimorar a governança e aumentar a transparência nas relações com agentes políticos e fornecedores. Contudo, há temores de que mudanças recentes possam comprometer a integridade do processo decisório da empresa.

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