Presidente dos Correios dá cargos a investigados e ex-clientes de sua ex-esposa
Nomeados por Fabiano Silva dos Santos, assessores têm histórico de processos e conexões com a Operação Greenfield
O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, indicado pelo presidente Lula, trouxe para cargos na estatal dois assessores com histórico de investigações e condenações administrativas: Júlio Vicente Lopes e Maurício Marcellini, ambos clientes do escritório de advocacia da ex-mulher de Fabiano. Esses assessores foram investigados na Operação Greenfield, ligada à Lava Jato.
Júlio Vicente Lopes responde a duas investigações administrativas e foi penalizado pela Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC) com suspensão e uma multa de R$ 40 mil em 2017. Já Maurício Marcellini, alvo de seis ações do Ministério Público Federal por gestão fraudulenta e improbidade administrativa, chegou a ser preso preventivamente pela Polícia Federal em 2016.
Os Correios afirmaram que nenhum dos dois assessores trabalha diretamente na área de previdência complementar. No entanto, Júlio Lopes deu conselhos à diretoria da estatal sobre fundos de pensão, incluindo o plano de cobertura para o déficit do Postalis, que exigiu um aporte de R$ 7,6 bilhões. A gestão dos fundos durante o período de atuação desses assessores trouxe prejuízos expressivos, com o Postalis estimando perdas totais em torno de R$ 4,7 bilhões, o que, corrigido pela inflação, supera os R$ 9,1 bilhões.