Presidente venezuelano citou eleições presidenciais do Brasil e pediu que mundo “não se meta nos assuntos internos da Venezuela”

Presidente venezuelano citou eleições presidenciais do Brasil e pediu que mundo “não se meta nos assuntos internos da Venezuela”

Nicolás Maduro, mais uma vez, desafiou qualquer senso de realidade ao exigir que o mundo respeite a “soberania” da Venezuela, mesmo enquanto seu governo segue mergulhado em uma crise de legitimidade. Após a proposta do presidente Lula para que a Venezuela realizasse novas eleições ou formasse um governo de coalizão, Maduro, em uma atitude previsível, atacou o Brasil e outras nações que ousaram não reconhecer sua suposta vitória nas eleições de 28 de julho.

Maduro ainda teve a audácia de citar as eleições brasileiras de 2022, fazendo uma comparação sem pé nem cabeça entre a contestação de Bolsonaro e o pedido de Lula. “Quem se meteu com o Brasil? Ninguém!” — declarou Maduro, ignorando convenientemente o fato de que, ao contrário da Venezuela, o Brasil segue as normas internacionais de transparência eleitoral.

O cúmulo do absurdo é que, apesar dos pedidos para a divulgação das atas eleitorais, as autoridades venezuelanas se recusam a liberar esses documentos, mantendo-os sob sigilo judicial. Isso significa, em termos práticos, que o mundo tem que confiar cegamente nos resultados anunciados por um governo notoriamente opaco e autoritário.

E o que Maduro faz? Ele ainda exige que ninguém ouse “se meter” nos assuntos internos da Venezuela, como se o resto do mundo devesse simplesmente aceitar suas manobras ditatoriais e seguir em frente. Para completar, o presidente venezuelano tenta redirecionar a atenção, atacando o ex-presidente Bolsonaro e fazendo comparações absurdas com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro no Brasil, como se isso de alguma forma justificasse suas próprias ações.

E não foi só Maduro. O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, ainda teve a coragem de criticar Lula e Gustavo Petro, acusando-os de “intervencionismo” e dizendo que a Venezuela nunca interferiu em seus problemas eleitorais. Uma ironia, vindo de um governo que se recusa a cumprir com os padrões mais básicos de transparência eleitoral e respeito aos direitos democráticos.

Maduro e seus aliados parecem viver em um universo paralelo, onde a manipulação e a repressão são vistas como atos de “soberania”. Enquanto isso, o povo venezuelano segue pagando o preço por essa farsa.

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