Preso no 8 de janeiro foi condenado a mais tempo que Elize Matsunaga
O ministro Alexandre de Moraes impôs uma condenação mais severa ao agricultor Jorginho Cardoso de Azevedo, preso por participar dos eventos de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, em comparação com a condenação de Elize Matsunaga, responsável por assassinar e esquartejar o marido Marcos Kitano Matsunaga em 2012.
Moraes, relator da ação penal referente à manifestação na Praça dos Três Poderes, condenou Jorginho a uma pena de 17 anos por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. O ministro também ordenou o pagamento de uma multa de R$ 30 milhões por danos morais, a ser assumida por um ou todos os condenados no processo.
Por outro lado, Elize Matsunaga, cumprindo o restante de sua pena em liberdade, teve sua punição reduzida de 19 anos e 11 meses para 16 anos e três meses pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) devido à confissão do crime.
Jorginho, que supostamente financiou ônibus para os manifestantes, segundo Moraes, argumenta que não esteve envolvido nos atos de vandalismo, contradizendo a acusação. Sua defesa destaca também seus problemas de saúde crônicos, incluindo comorbidades na coluna, que se agravaram durante seu período de prisão.
A advogada Érica Gorga, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), argumenta que não houve tentativa de golpe nos eventos de 8 de janeiro, citando a falta de provas contra os manifestantes e a ausência de coordenação unificada entre eles. Gorga considera a acusação uma ilegalidade no Direito Penal brasileiro.