PRFs são expulsos da corporação por cobrarem propina em 140 celulares
Três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram destituídos de seus cargos após serem pegos solicitando propina para liberar indivíduos envolvidos no contrabando de 140 celulares. Frederico dos Santos Otoni, Roberto Marques de Souza e Mateus Sarmet Moreira de Barros Salomão foram encarregados de fiscalizar um ônibus durante uma abordagem na BR-101, em Campos dos Goytacazes, região norte do Rio de Janeiro, onde descobriram os aparelhos irregulares.
O que deveria ter resultado em uma prisão em flagrante se transformou em uma tentativa de extorsão, já que o trio exigiu a quantia de R$ 2 mil, além dos 140 celulares encontrados na bagagem, em troca da liberação dos suspeitos.
Além disso, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia alegando que os três agentes da PRF não declararam a totalidade das mercadorias apreendidas em outras fiscalizações a carros, motos e caminhões. Essa omissão levantou suspeitas de que eles teriam dividido entre si parte das apreensões realizadas durante as abordagens.
A decisão de destituir os agentes de seus cargos foi tomada pelo atual ministro da Justiça, Flávio Dino, em conformidade com a sentença do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), extinguindo assim o vínculo jurídico-administrativo dos ex-agentes com a PRF. O trio já estava afastado de suas funções desde novembro de 2012, quando foram flagrados solicitando propina, e foram demitidos em 2016, durante o governo de Michel Temer, pelo então ministro da Justiça Alexandre de Moraes, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Atualmente, Otoni, Marques e Salomão aguardam a sentença em uma ação civil por improbidade administrativa no TRF-2, cujos autos estão prontos para julgamento desde setembro deste ano.