Procurador da Assembleia de MT é preso por atirar em morador de rua em Cuiabá
Luiz Eduardo Figueiredo Rocha é acusado de matar Ney Muller Alves Pereira com um tiro no rosto; OAB suspende licença do procurador enquanto investigações continuam.
Na noite de quarta-feira (9), um trágico incidente em Cuiabá resultou na morte de Ney Muller Alves Pereira, de 42 anos, morador de rua. O responsável pelo disparo fatal foi identificado como Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Após o crime, Rocha se entregou à polícia na tarde de quinta-feira (10), onde foi preso em flagrante.
A Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso (OAB-MT) tomou providências imediatas, suspendendo preventivamente a licença de Rocha, em caráter excepcional, devido à gravidade do caso. A presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso, anunciou a decisão nesta sexta-feira (11), afirmando que a medida foi necessária com base no regimento interno da entidade. A suspensão preventiva de Rocha foi acompanhada pela abertura de uma medida cautelar, que será analisada pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-MT.
O homicídio ocorreu no bairro Boa Esperança, próximo à Universidade Federal de Mato Grosso, quando Rocha, dirigindo uma Land Rover, chamou a vítima para se aproximar e disparou contra ele. Após o tiro, o procurador fugiu do local. Testemunhas relataram que o disparo foi feito sem provocação. A polícia está tratando o caso como homicídio qualificado, devido ao motivo fútil e à emboscada envolvida.
Em sua defesa, os advogados de Luiz Eduardo afirmam que o disparo foi uma reação a danos causados por Ney ao seu veículo, e que a morte foi uma fatalidade. No entanto, as circunstâncias do crime geraram forte comoção e debateram a violência e a desigualdade social em Cuiabá.
Rocha, que ocupa o cargo de procurador na Assembleia Legislativa desde 2015, recebe um salário bruto superior a R$ 44 mil, e o caso provocou grande repercussão nas redes sociais e entre os moradores de Cuiabá.
A Assembleia Legislativa se manifestou, lamentando a morte de Ney e assegurando que tomará as medidas administrativas cabíveis diante da prisão de seu servidor.
