Procuradoria Eleitoral do Paraná pede cassação e inelegibilidade de Sergio Moro
A Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná encaminhou um parecer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), recomendando a cassação e inelegibilidade do senador Sergio Moro (União-PR) por suposto abuso de poder econômico durante a pré-campanha presidencial do ano anterior. O ex-juiz da Lava Jato, agora senador, enfrenta ações movidas pelo PL, partido do ex-presidente Bolsonaro, e pela Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PCdoB e PV.
As acusações incluem alegações de abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação. Moro, juntamente com os suplentes Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra, é questionado por não incluir em suas contas de campanha os gastos de mais de R$ 18 milhões durante sua pré-candidatura à presidência, quando ainda era filiado ao Podemos. Ele desistiu da corrida presidencial seis meses antes das eleições e se filiou ao União Brasil, pelo qual foi eleito senador com 33,5% dos votos.
O parecer da Procuradoria destaca o comprometimento da lisura e legitimidade do pleito devido ao “emprego excessivo de recursos financeiros” na fase pré-eleitoral, ultrapassando “os limites do razoável”. Os procuradores Marcelo Godoy e Eloísa Helena Machado afirmam que a projeção nacional de Moro durante a pré-candidatura à Presidência influenciou significativamente sua campanha para o Senado no Paraná.
Em resposta, a assessoria de Moro afirmou que respeita, mas discorda do parecer. Moro argumenta que os gastos foram considerados indevidos, pois incluíram despesas fora do Paraná e aquelas relacionadas à segurança pessoal, necessárias para proteção contra ameaças. O senador expressa confiança na redução das acusações, destacando que dos R$ 20 milhões alegados pelo PT e dos R$ 6 milhões mencionados pelo Podemos, a conta foi reduzida para R$ 2 milhões, e espera que seja ainda menor após o trabalho de convencimento junto aos juízes do TRE.