
Professor é condenado à prisão por chamar moradores de ‘terroristas’ e ‘golpistas’ nas redes
Desabafo contra apoiadores de Bolsonaro após o 8 de janeiro vira caso de Justiça; pena é de um ano e quatro meses
Um professor de Itatiba, interior de São Paulo, foi condenado a um ano, quatro meses e vinte dias de prisão em regime semiaberto por ter feito publicações nas redes sociais onde expôs fotos de moradores da cidade, chamando-os de “bolsonaristas”, “terroristas” e “golpistas”. As postagens aconteceram logo após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
De acordo com a sentença da juíza Fernanda Hata, Luciano Rigolo foi enquadrado no crime de calúnia, que ocorre quando alguém acusa outra pessoa falsamente de cometer um crime. A magistrada destacou que havia provas claras, como prints das publicações no Facebook, em que o professor associava os moradores aos ataques em Brasília.
Em uma das postagens, Luciano escreveu:
— “Bolsonaristas são todos terroristas, todos. Mesmo quem não estava no quebra-quebra em Brasília apoiou, incentivou e aplaudiu.”
Ao lado da frase, estava a foto de um funcionário do fórum da cidade, um dos alvos da acusação pública feita por ele.
Em outra publicação, ele dizia:
— “Terrorista, golpista de Itatiba. Agora é denunciar qualquer sinal de terrorismo em todas as cidades.”
A defesa do professor alegou que suas declarações estavam protegidas pelo direito à liberdade de expressão e pediu sua absolvição, mas a Justiça não acatou. A sentença também levou em consideração que Rigolo é reincidente em crimes contra a honra.
— “Apesar da negativa do réu, não há como acreditar na sua versão, pois há provas claras e materiais que demonstram que ele caluniou as vítimas, ao chamá-las de golpistas e terroristas, o que configura crime”, escreveu a juíza na decisão.
A defesa informou que vai recorrer da sentença, buscando reverter a condenação nas instâncias superiores.