
Protesto na Paulista contra anistia tem baixa adesão e provoca reações da direita
Boulos desafia Bolsonaro e Lindbergh promete barrar projeto na Câmara
Em um ato de baixa adesão na Avenida Paulista neste domingo (30), o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e aliados protestaram contra o projeto de lei que prevê anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. Boulos provocou Jair Bolsonaro ao sugerir que o ex-presidente pode acabar atrás das grades, enquanto Lindbergh Farias (PT-RJ) reforçou que a base do governo está unida para derrubar o chamado “PL da Anistia”.
“O mundo dá voltas, e nós ainda vamos ter a oportunidade de levar uma marmita da Cozinha Solidária para ele na Papuda”, ironizou Boulos durante seu discurso.
Apesar das expectativas, o protesto reuniu cerca de 5,5 mil pessoas, segundo levantamento do site Poder360, número semelhante ao informado pela Polícia Civil de São Paulo. A quantidade de manifestantes ficou bem abaixo da registrada na mobilização pró-anistia organizada por Bolsonaro em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 16 de março, que contou com aproximadamente 26 mil participantes.
A baixa adesão gerou críticas da oposição. Bolsonaro usou as redes sociais para ironizar a manifestação: “Segundo a USP e a Rede Globo, manifestação do PT contra a anistia tem 5 bilhões de pessoas”, debochou o ex-presidente. Já o senador Ciro Nogueira (PP-PI) classificou o evento como um fracasso: “O vazio de Boulos encheu a Paulista de… vazio.”
O protesto também ocorreu em outras capitais do país, como Belo Horizonte, Recife e Brasília, e incluiu uma marcha até a antiga sede do DOI-Codi, em memória às vítimas da ditadura militar. A mobilização, no entanto, não conseguiu demonstrar força suficiente para impulsionar a agenda da esquerda contra a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro.