PT articula novo plano para constranger militares
O Partido dos Trabalhadores (PT) está elaborando uma nova estratégia para abordar os 60 anos da queda do presidente João Goulart, durante o regime militar no Brasil. A sigla planeja realizar eventos em 31 de março, data em que os militares encerraram a Quarta República, para divulgar sua perspectiva sobre o período.
No evento organizado pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, estão programados debates, exposições, lançamento de livros e documentários que apresentarão a visão do partido sobre o ano de 1964. O objetivo é inflar a militância do PT e registrar a história do regime militar para as gerações mais jovens.
O presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, afirmou que as atividades visam relembrar o golpe de 1964 e destacar os danos causados pela ditadura ao país. Ele argumenta que a iniciativa não deveria ser vista como contrária aos militares, questionando se militares civilizados seriam a favor da ditadura.
No entanto, a realização desse evento pode gerar desconforto nas relações entre o governo e os militares, especialmente entre os setores mais conservadores. O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, busca manter uma relação amigável entre as Forças Armadas e o governo, atuando nos bastidores para mitigar possíveis impactos negativos do evento. Há preocupações de que a comunicação do governo sobre a data possa provocar crises e polarização política ao trazer à tona eventos do passado contra o Exército.