
Quanto João Fukunaga recebe na Previ e em outros cargos por indicação política?
Sindicato, conselhos e polêmicas marcam trajetória do presidente do maior fundo de pensão da América Latina
João Luiz Fukunaga, atual presidente da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), recebe um salário mensal de R$ 67.105,66 pelo cargo. Esse valor representa um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior, quando sua remuneração era de R$ 64.138,30.
Além de sua atuação na Previ, Fukunaga ocupa outras posições de destaque. Ele é membro do conselho de administração da Vale, onde cada conselheiro recebe, em média, R$ 146,8 mil mensais. Também preside o conselho de administração do GRU Airport, responsável pela gestão do Aeroporto Internacional de Guarulhos, embora os valores de sua remuneração neste cargo não sejam divulgados.
Com esses postos acumulados, o rendimento mensal de Fukunaga ultrapassa a casa dos seis dígitos.
Auditoria e crise na gestão da Previ
A administração de Fukunaga na Previ tem sido alvo de investigações. Na última quarta-feira (5), o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou uma auditoria emergencial para apurar irregularidades no fundo de pensão.
O ministro Walton Alencar Rodrigues apontou “graves preocupações” sobre a situação financeira da Previ, destacando que, entre janeiro e novembro de 2024, o “Plano 1” do fundo acumulou um prejuízo de aproximadamente R$ 14 bilhões.
Em resposta, a Previ afirmou que seus planos seguem equilibrados, apesar das críticas. O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) declarou que voltará a pedir o afastamento de Fukunaga, alegando falta de preparo para administrar um fundo que gere cerca de R$ 200 bilhões e atende quase 200 mil participantes.
Quem é João Fukunaga?
Funcionário do Banco do Brasil desde 2008, Fukunaga tem formação em História e mestrado em História Social pela PUC-SP. Iniciou sua trajetória profissional como professor e pesquisador antes de se tornar um dos principais líderes sindicais do setor bancário.
Ele comandou o Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenou a Comissão de Negociação dos Funcionários do BB, sendo uma das principais vozes do movimento sindical antes de assumir a presidência da Previ em 2023. Sua nomeação foi aprovada pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), após indicação do Banco do Brasil. Seu mandato está previsto para durar até 31 de maio de 2026.
Controvérsias e afastamentos judiciais
A nomeação de Fukunaga à frente da Previ gerou polêmicas desde o início. Em 2023, a Justiça Federal determinou seu afastamento provisório do cargo, alegando que ele não cumpria os requisitos legais exigidos para ocupar a função.
A decisão foi motivada por uma ação popular movida pelo deputado estadual Leonardo Siqueira (Novo), que questionava a validade do atestado de habilitação emitido pela Previc. Segundo a legislação, para atuar na diretoria-executiva de fundos de previdência, é necessário ter pelo menos três anos de experiência em áreas como finanças, contabilidade, previdência ou auditoria – exigência que, segundo a Justiça, Fukunaga não atendia.
Apesar disso, em agosto de 2024, o TCU concluiu que não havia irregularidades na indicação do sindicalista, mas determinou uma auditoria para verificar possíveis influências políticas nas decisões de investimento da Previ.
A gestão de Fukunaga segue sob escrutínio, enquanto o fundo de previdência enfrenta desafios financeiros e questionamentos sobre sua governança.
Fonte e Créditos: CNN Brasil