Quem é Kim Paim, citado pela PF na investigação da Abin paralela
Kim Paim, um influenciador digital com dois milhões de seguidores, foi mencionado pela Polícia Federal (PF) em suas investigações sobre a estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo os documentos da quarta fase da Operação Última Milha, Paim é considerado um “vetor de propagação” do monitoramento ilegal realizado pela Abin contra autoridades, servidores públicos e jornalistas vistos como opositores ao governo Bolsonaro.
A PF destacou que Paim recebeu um dossiê de Richard Pozzer, empresário preso no contexto da operação, contendo informações contra agências de checagem frequentemente criticadas por apoiadores de Bolsonaro. Em resposta ao dossiê, Paim expressou surpresa pela profundidade do material, mencionando ser “trabalho profissional demais”. Esta interação foi vista pela PF como um novo canal para disseminação de informações questionáveis.
Além disso, mensagens apreendidas pela PF revelaram que Paim foi citado por outros indivíduos presos na operação, como o militar Giancarlo Rodrigues e o agente da PF Marcelo Bormevet, que usaram publicações de Paim para atacar o ministro do STF Luís Roberto Barroso.
Paim, atualmente residindo na Austrália desde 2015 e sem retornar ao Brasil desde 2017, mantém um canal no YouTube onde publica diariamente vídeos com uma hora de duração, focando em temas alinhados com as pautas bolsonaristas. Ele é frequentemente endossado nas redes sociais pelos filhos do ex-presidente Bolsonaro, especialmente por Carlos Bolsonaro, que o promove como um “fantástico telejornal”.
Apesar das acusações e da investigação em curso, Paim negou qualquer irregularidade e afirmou que seus vídeos são baseados apenas em notícias verificadas, sem divulgação de informações falsas. Ele também negou ter contatos frequentes com os Bolsonaro ou políticos, e enfatizou que não arrecada fundos diretamente nos vídeos ou possui contas bancárias no Brasil para receber doações.
