Quem é o general Gustavo Dutra, militar que Moraes mandou depor no STF

Quem é o general Gustavo Dutra, militar que Moraes mandou depor no STF

Oficial chefiava o Comando Militar do Planalto durante o 8 de Janeiro e tentou evitar uma repressão imediata aos acampamentos golpistas

O general Gustavo Henrique Dutra de Menezes voltou aos holofotes nesta quinta-feira (29) após ser intimado a prestar depoimento pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Dutra havia sido chamado como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado, mas simplesmente não apareceu.

Militar de alta patente, Gustavo Dutra estava à frente do Comando Militar do Planalto (CMP) no período dos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Na época, ele teve um papel controverso: foi quem convenceu o então recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva a não desmontar imediatamente os acampamentos golpistas montados em frente aos quartéis, alegando que uma ação rápida poderia gerar uma “noite de sangue”.

A decisão, que mais tarde seria duramente questionada, acabou dando fôlego aos grupos que pregavam ruptura institucional e pedia intervenção militar.

Agora, o general é peça-chave na investigação que busca esclarecer responsabilidades — ou omissões — tanto antes quanto durante os ataques de 8 de janeiro. Sua ausência no depoimento, como testemunha de Anderson Torres, acendeu um alerta no Supremo. Por isso, Moraes determinou a intimação direta, obrigando Dutra a prestar esclarecimentos.

O episódio reforça o quanto as Forças Armadas seguem no centro das discussões sobre os bastidores do golpe fracassado, e como alguns militares, ativos ou da reserva, ainda precisam responder perguntas que ficaram sem resposta desde aquele dia que chocou o país e o mundo.

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