Quem é Tio Patinhas, líder do CV cuja mulher encontrou equipe de Dino
Conhecido como Tio Patinhas, Clemilson dos Santos Farias, de 45 anos, é identificado como um dos líderes do Comando Vermelho (CV) no Amazonas. Em dezembro de 2022, ele foi detido e condenado a 31 anos de prisão por crimes relacionados a associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Sua esposa, Luciane Barbosa Farias, de 37 anos, também conhecida como a “dama do tráfico”, foi recebida duas vezes em 2023 por auxiliares do ministro da Justiça, Flávio Dino.
Apesar de o nome de Luciene não constar na agenda oficial das autoridades, o Ministério da Justiça reconhece que ela foi recebida por secretários de Flávio Dino. O Ministério afirma que Luciane integrava uma comitiva e que era “impossível” detectar previamente sua presença pelo setor de Inteligência.
Além dos crimes pelos quais Tio Patinhas foi condenado, há alegações de que ele teria ordenado uma série de assassinatos em Manaus e financiado a fuga de 35 detentos do Centro de Detenção Provisória de Manaus (CDPM) em maio de 2018.
Durante as investigações sobre Clemilson, ele negou qualquer ligação com o tráfico, alegando ter trabalhado desde os 10 anos de idade, inicialmente vendendo comida na escola e posteriormente em diversas ocupações, como em uma oficina, restaurante e como vendedor. Luciane, por sua vez, foi condenada a 10 anos de prisão por associação para o tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
As investigações revelaram que Luciane abriu um salão de beleza utilizado para lavar dinheiro do tráfico. Seu Imposto de Renda indicou um aumento significativo de sua renda, passando de R$ 30 mil em dezembro de 2015 para R$ 346 mil no ano seguinte. Atualmente, o casal é listado como sócio em uma transportadora.
Luciane teve encontros no Ministério da Justiça, incluindo reuniões com o secretário Nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz, e Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O Ministério da Justiça afirmou que sua presença ocorreu em uma audiência solicitada pela Associação Nacional da Advocacia Criminal (ANACRIM) e que não era possível detectar previamente a situação de uma acompanhante.
O Ministério da Justiça destacou que todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais.