“Quem se assustou que tome um chá de camomila”, diz Maduro após comentários de Lula
Presidente venezuelano havia afirmado que o país cairá em um “banho de sangue fratricida” caso seu partido não
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, respondeu nesta terça-feira (23) às críticas sobre suas declarações de que o país poderia enfrentar um “banho de sangue fratricida” caso seu partido perca as eleições. Em um comício no estado de Cojedes, Maduro afirmou: “Quem ficou assustado, tome um chá de camomila. Não menti, apenas fiz uma reflexão. O povo venezuelano já passou por muito e sabe do que estou falando. A paz triunfará na Venezuela”.
Essa declaração ocorre após o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, ter pedido a Maduro que respeite o processo democrático e os resultados da eleição presidencial marcada para este domingo (28). Lula comentou: “Fiquei assustado com a declaração de Maduro sobre um banho de sangue. Quem perde uma eleição deve aceitar o resultado. Maduro precisa entender que, quando se ganha, se governa; quando se perde, se deixa o cargo”.
As preocupações surgiram após Maduro afirmar, no dia 18 de julho, que “o destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória no dia 28 de julho” e que o país poderia entrar em uma “guerra civil fratricida” se o seu partido não vencesse. Essa declaração veio após a prisão de um assessor da opositora María Corina Machado, o que levou a condenações internacionais, incluindo dos Estados Unidos. Desde o início do período eleitoral, 71 opositores ou assessores de opositores foram presos, de acordo com a ONG Laboratório de Paz.