
“R$ 173 Bilhões Evaporam: Mercado Reage com Desconfiança ao Pacote Fiscal do Governo”
Cortes de gastos do governo provocam queda histórica no valor de empresas e agravam desconfiança econômica
A tentativa do governo federal de conter gastos públicos com seu novo pacote fiscal gerou um verdadeiro terremoto no mercado financeiro. Entre os dias 26 e 28 de novembro, o Ibovespa despencou 4,09%, enquanto o dólar (Ptax) disparou 3,24%. O saldo? Uma perda colossal de R$ 173 bilhões no valor de mercado das empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores brasileira.
O anúncio oficial, feito na noite do dia 27, só agravou o pessimismo. Bancos como Itaú Unibanco (-R$ 17,6 bilhões), BTG Pactual (-R$ 14,5 bilhões) e Bradesco (-R$ 9,3 bilhões) lideraram as perdas. A Petrobras, tradicionalmente sensível às incertezas políticas e econômicas, viu seu valor encolher em R$ 9,4 bilhões. Outros setores, como o de energia e mobilidade, também sentiram o baque: Eletrobras (-R$ 5,3 bilhões) e Localiza (-R$ 5,3 bilhões) engrossaram a lista de quedas expressivas.
Desconfiança à flor da pele
Einar Rivero, sócio da consultoria Elos Ayta, avalia que o colapso no mercado reflete o medo de investidores com os possíveis impactos do pacote sobre o crescimento econômico e a estabilidade fiscal. “A alta do dólar, aliada às incertezas, aumenta a aversão ao risco e mina a confiança em setores chave da economia”, aponta Rivero.
O efeito dominó
A reação não se limitou aos grandes players. A própria B3, responsável por operar a Bolsa, perdeu R$ 5,6 bilhões. Para investidores e empresários, o cenário é de um Brasil que parece caminhar na contramão da previsibilidade econômica.
Instabilidade no radar
Na manhã desta sexta-feira (29), o Ibovespa mostrou sinais de recuperação, oscilando para uma leve alta de 0,05%, atingindo 124.530 pontos. Contudo, o mercado segue em alerta, com as incertezas do pacote fiscal pairando como uma sombra sobre o futuro econômico do país.
A mensagem é clara: sem confiança no planejamento econômico, os resultados continuarão refletindo um Brasil afundado em desconfiança e perdas históricas.