Ramagem é alvo de operação da PF que investiga monitoramento ilegal na Abin
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) está entre os alvos de uma operação da Polícia Federal iniciada nesta quinta-feira (25/1), que investiga uma possível organização criminosa na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), envolvida em monitoramento ilegal de autoridades públicas e outras pessoas. Ramagem, que já comandou a agência no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, é investigado no contexto de 21 mandados de busca e apreensão, juntamente com medidas cautelares diversas da prisão.
Os mandados estão sendo cumpridos em diversas localidades, incluindo Brasília, Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (RJ) e Rio de Janeiro. Um dos mandados de busca está sendo executado no gabinete de Ramagem na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo a Polícia Federal, o grupo sob investigação, composto por policiais federais e servidores da Abin, utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Os crimes sob investigação incluem invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação ilegal de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas.
Esta operação é uma continuação da operação “Última Milha”, realizada no ano passado, e é baseada em evidências obtidas naquela ocasião. Conforme a PF, o grupo criminoso estabeleceu uma estrutura paralela na Abin, utilizando recursos da agência para ações ilícitas, incluindo a produção de informações com fins políticos, midiáticos, proveitos pessoais e até mesmo interferência em investigações da Polícia Federal.
Alexandre Ramagem, eleito deputado federal em 2022 pelo PL, é um ex-delegado da Polícia Federal que deixou a carreira policial para ingressar na política. Além de ocupar a posição de vice-líder do PL na Câmara, ele é membro da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética. O parlamentar também é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano. Até o momento, Ramagem não se pronunciou sobre a operação.