
“Randolfe defende voto único ao Senado: ‘Uma jabuticaba brasileira’
Proposta do líder do governo busca reformar sistema eleitoral e promete reacender debates em 2025
O senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, voltou a criticar o sistema eleitoral brasileiro em eleições ao Senado quando duas vagas estão em disputa. Em entrevista, ele defendeu o fim do chamado “voto duplo”, propondo que cada eleitor possa votar em apenas um candidato, como ocorre em outros países democráticos.
Proposta para fortalecer o voto de opinião
Randolfe argumenta que a mudança reduziria as chances de dois candidatos com a mesma ideologia serem eleitos em “dobradinhas”, promovendo um sistema mais justo e representativo. “A democracia moderna tem como base o princípio de ‘um homem, um voto’. Esse modelo de dois votos para o Senado é uma invenção tipicamente brasileira, uma jabuticaba. Nos EUA e na Argentina, por exemplo, cada cidadão tem direito a um único voto para o Senado”, afirmou o parlamentar.
A proposta, inicialmente apresentada pelo próprio Randolfe, gerou forte repercussão entre os parlamentares da oposição, que a acusaram de ser uma manobra casuística para beneficiar a esquerda. Pressionado, o senador decidiu retirar o projeto, mas sinalizou que pretende retomar o debate em 2025, durante a discussão da reforma eleitoral.
Oposição e o foco no Senado de 2026
Para Randolfe, as críticas da direita são infundadas e revelam a estratégia de conquistar maiorias no Senado para avançar com pautas como o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Se a direita acredita que está melhor preparada, deveria apoiar o nosso projeto, que fortalece o voto de opinião, de quem assume uma posição clara. A política não pode ser feita por quem se esquiva de tomar decisões”, afirmou.
O senador reforçou que a reforma do Código Eleitoral, prevista para ser discutida no próximo ano, será o momento ideal para abordar a questão. “Acredito que esse debate é essencial para aperfeiçoar a nossa democracia. Estamos à disposição para travar essa discussão em 2025”, completou.
Com o adiamento do projeto, o tema deve voltar a ganhar destaque em breve, prometendo aquecer o cenário político e os embates ideológicos no Congresso Nacional.