
Raquel Lyra se filia ao PSD e se aproxima do governo Lula
Governadora de Pernambuco troca de partido mirando 2026 e é projetada para a Presidência em 2030
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, oficializou sua filiação ao PSD em um evento marcado por festa, discursos entusiasmados e a presença de três ministros do governo Lula. A mudança de partido, após anos no PSDB, acontece com foco nas eleições de 2026, quando deve disputar a reeleição contra João Campos (PSB), prefeito do Recife.
Movimento estratégico e apoio federal
A filiação ao PSD reforça a aliança entre a governadora e o governo federal, já que o partido integra a base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança também coloca o Planalto em uma posição delicada, caso decida apoiar João Campos, uma vez que o PSD agora controla todos os governos estaduais do Nordeste.
No evento realizado em Recife, Raquel agradeceu ao PSDB e destacou o papel de Gilberto Kassab, presidente do PSD, nas negociações que viabilizaram sua filiação. Kassab, por sua vez, enalteceu a governadora e chegou a projetá-la como uma possível candidata à Presidência da República em 2030.
“Não tenho dúvidas de que, com sua reeleição, o Brasil começará a sonhar com Raquel Lyra na Presidência”, afirmou Kassab, que também a nomeou presidente estadual do PSD, substituindo André de Paula.
Presença de ministros e articulações em Brasília
A cerimônia contou com a presença de três ministros do governo Lula filiados ao PSD: Alexandre Silveira (Minas e Energia), Carlos Fávaro (Agricultura) e André de Paula (Pesca). O apoio explícito da cúpula do partido e de integrantes do governo federal fortalece Raquel na corrida eleitoral de 2026 e demonstra sua crescente influência política.
Nas últimas semanas, a governadora tem intensificado conversas em Brasília, especialmente com o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), visto como um aliado. Enquanto a ala estadual do PT em Pernambuco apoia Lyra, o diretório municipal mantém aliança com João Campos, o que pode gerar embates futuros.
Impacto da mudança e fortalecimento do PSD
A saída de Raquel Lyra do PSDB evidencia a fragilidade do partido no cenário nacional. No PSD, ela ganha acesso a uma estrutura partidária mais robusta, com maior tempo de TV e recursos para sua campanha de reeleição. O partido tem 42 deputados federais e o maior número de prefeituras do país, o que será um diferencial importante na disputa com João Campos.
O evento também reuniu políticos de diferentes espectros, incluindo críticos do governo Lula, como o prefeito de São Luís, Eduardo Braide. Isso demonstra que, apesar da aproximação com o Planalto, Raquel Lyra ainda mantém diálogo com setores mais independentes.
Com essa movimentação, a governadora fortalece sua posição para 2026 e, ao mesmo tempo, já começa a ser cogitada para voos mais altos na política nacional.