
Rei do Uísque Falso: Empresário é preso por abastecer adegas com bebidas adulteradas em SP e MG
Dono de lanchonete no interior paulista chefiava esquema milionário que enganava consumidores com rótulos de marcas famosas
O empresário Alerrandro Adriano de Andrade Araújo, conhecido na cidade de Monte Alto, interior de São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira (29/5), acusado de ser o cabeça de uma quadrilha especializada em falsificar bebidas alcoólicas. Segundo a Polícia Civil, ele comandava um esquema que distribuía uísque, vodka e gim falsificados como se fossem bebidas originais para adegas espalhadas por São Paulo e Minas Gerais.
O golpe começou a ser desvendado em janeiro deste ano, quando policiais do 42º Distrito Policial (Parque São Lucas) prenderam Anderson Alex da Silva, que atuava como uma espécie de gerente da operação na capital. Na casa dele, localizada em uma comunidade da zona leste, foram apreendidas cerca de 5 mil garrafas prontas para serem vendidas, todas adulteradas.
Bebida de R$ 5 vendida por R$ 200
O modo de operação da quadrilha impressionava pela ousadia. Eles compravam bebidas de baixíssima qualidade, que custavam cerca de R$ 5, e misturavam com compostos químicos que imitavam o sabor das marcas famosas. Depois, as embalagens eram lavadas, rotuladas, lacradas e revendidas como se fossem produtos legítimos — chegando a custar até R$ 200 cada garrafa.
“Quase 90% das adegas de periferia são abastecidas com essas bebidas falsificadas”, revelou um dos investigadores, que prefere não se identificar.
Operação ‘Parece Mas Não É’
A Justiça autorizou a quebra do sigilo telemático do celular de Anderson, o que permitiu à polícia mapear toda a rede criminosa. Foi assim que chegaram até Alerrandro, apontado como o verdadeiro “patrão” do esquema. Além de Monte Alto, a operação da Polícia Civil cumpriu mandados em Americana e Santa Bárbara d’Oeste.
Na casa do empresário, foram encontrados galões com centenas de litros de bebidas de má qualidade, rótulos, lacres e caixas de marcas premium, além de garrafas já prontas para distribuição.
“Ele é a fortaleza do esquema. Distribuía como se fosse bebida importada para Minas Gerais, capital e várias cidades do estado. É um negócio milionário”, destacou um policial.
Quadrilha bem estruturada
A investigação aponta que, além de Alerrandro e Anderson, pelo menos outros três integrantes da quadrilha tinham funções bem definidas: um cuidava da compra de garrafas usadas, outro dos rótulos e lacres, e um terceiro da logística de distribuição.
A polícia também investiga um grande galpão, que pode ter servido como centro de produção e armazenamento da quadrilha.
Até o momento, as defesas dos dois presos não foram localizadas. O espaço segue aberto para manifestação.