
Reino Unido e França Elaboram Plano para Encerrar Conflito na Ucrânia
Líderes europeus buscam consenso e levarão proposta a Donald Trump
O Reino Unido e a França estão trabalhando juntos na formulação de um plano para encerrar o conflito entre Rússia e Ucrânia. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, poucas horas antes de uma cúpula internacional que reunirá cerca de 15 líderes em Londres neste domingo (2). Assim que o plano estiver finalizado, ele será apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A reunião em Londres tem como objetivo discutir novas garantias de segurança para a Europa, especialmente diante da possibilidade de os EUA mudarem sua postura em relação ao conflito e se aproximarem da posição russa. “Concordamos que Reino Unido, França e possivelmente mais alguns países trabalharão com a Ucrânia em um plano para interromper os combates, e depois discutiremos isso com os Estados Unidos”, afirmou Starmer em entrevista à BBC.
Apoio Financeiro e Militar à Ucrânia
Como parte das iniciativas de apoio à Ucrânia, Londres e Kiev assinaram um acordo de empréstimo de 2,26 bilhões de libras (cerca de R$ 16,7 bilhões). Esses recursos, obtidos a partir de ativos russos congelados na Europa, serão utilizados para fortalecer a defesa ucraniana e financiar a produção de armas no próprio país. O presidente Volodymyr Zelensky agradeceu ao governo e ao povo britânico pelo suporte.
Durante a cúpula, Zelensky também se encontrará com o rei Charles III e participará das discussões ao lado de líderes como o presidente francês Emmanuel Macron, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, a premiê italiana Giorgia Meloni e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. O encontro servirá como preparativo para uma reunião extraordinária sobre a Ucrânia, marcada para quinta-feira (6) em Bruxelas.
Preocupações com a Segurança Europeia
Os líderes europeus também discutirão formas de garantir maior independência na segurança do continente, caso Washington reduza seu envolvimento militar. O possível afastamento dos EUA da aliança com seus aliados tradicionais tem gerado preocupações, especialmente diante da aproximação entre Trump e Vladimir Putin.
Na Alemanha, a ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, destacou que a União Europeia precisa flexibilizar suas regras orçamentárias para destinar mais recursos à defesa da Ucrânia e à segurança do próprio bloco. Já o presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu abrir um debate sobre a criação de uma força de dissuasão nuclear europeia, caso a OTAN sofra um enfraquecimento devido a mudanças na postura americana.
A incerteza sobre o futuro do apoio dos EUA à Europa tem levado as lideranças do continente a buscarem soluções próprias. “O mundo livre precisa de um novo líder. Cabe a nós, europeus, assumir esse desafio”, declarou Kaja Kallas, chefe da política externa da União Europeia.