Representação Controversa no Carnaval de São Paulo: Decapitação de Dom Pedro II é Retratada por Escola de Samba

Representação Controversa no Carnaval de São Paulo: Decapitação de Dom Pedro II é Retratada por Escola de Samba

Acadêmicos do Turucuvi homenageiam manto tupinambá e provocam debate sobre a história do Brasil

No último domingo de Carnaval, a escola de samba Acadêmicos do Turucuvi causou polêmica ao levar para o sambódromo de São Paulo um carro alegórico que representava um guerreiro indígena segurando a cabeça decapitada de Dom Pedro II, o último imperador do Brasil. A alegoria foi parte do enredo da escola, que homenageou a devolução do manto sagrado tupinambá, que havia sido retido pela Dinamarca e foi retornado ao Brasil em 2024.

O manto, que é considerado sagrado por algumas tribos indígenas brasileiras, é feito com penas da ave Guará e tem grande significado nas cerimônias e rituais de certos povos.

A apresentação, que foi destaque na madrugada de domingo, gerou reações diversas, com algumas pessoas celebrando o enredo e outras questionando a representação da figura de Dom Pedro II. O professor e historiador Edmilson Cruz fez comentários sobre a alegoria em suas redes sociais, chamando a atenção para o simbolismo de um indígena segurando a cabeça do imperador, descrevendo-o como o “único chefe de estado da história do Brasil que conhecia Tupi”.

Em seu post, o historiador lamentou a falta de uma narrativa histórica precisa no país, sugerindo que a história do Brasil muitas vezes é moldada por ideologias e não por fontes fidedignas. O vídeo da alegoria, em que uma mulher exclamava “Que Orgulho, que orgulho!”, rapidamente se espalhou nas redes, gerando debates sobre a interpretação da história nacional.

A situação levanta questões sobre a forma como a história é representada nas manifestações culturais, como o Carnaval, e o impacto dessas representações na memória coletiva e na construção da identidade brasileira.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias