Retrocesso Energético? Governo Lula Eleva Imposto Sobre Painéis Solares pela Terceira Vez

Retrocesso Energético? Governo Lula Eleva Imposto Sobre Painéis Solares pela Terceira Vez

Setor solar critica aumento de tributos, que pode dificultar a expansão de energia limpa no Brasil e afastar investimentos.

Governo aumenta imposto sobre painéis solares e gera críticas do setor

O governo federal reajustou pela terceira vez o imposto de importação sobre painéis solares, também conhecidos como módulos ou células fotovoltaicas. Esses equipamentos, que estavam isentos de tributos durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), sofreram sucessivos aumentos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): de 6% para 9,6% e agora para 25%. O novo percentual foi oficializado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (13).

Especialistas do setor consideram a decisão um “grande retrocesso” no contexto da transição energética. Como o Brasil ainda depende fortemente da importação de painéis — que atende a mais de 95% da demanda nacional —, o aumento de impostos pode elevar custos e prejudicar a expansão da energia solar no país.

Produção nacional limitada e impacto no mercado

De acordo com Ronaldo Koluszuk, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil produz apenas 1 gigawatt (GW) por ano em painéis solares, enquanto, em 2023, importou mais de 17 GW. “A indústria nacional não consegue atender à demanda atual. Esse aumento de imposto só dificulta ainda mais o acesso a soluções de energia limpa”, pontuou.

Koluszuk também destacou que o reajuste não impacta diretamente o consumidor final no curto prazo, mas ameaça o setor como um todo, especialmente pequenas e médias empresas, além de investimentos estratégicos como os relacionados ao hidrogênio verde, que dependem da energia solar.

Incoerência nas promessas governamentais

“O governo fala em criar empregos verdes e fortalecer a sustentabilidade, mas, na prática, age na contramão dessa narrativa”, criticou o executivo. Ele ainda questiona a quem interessa o aumento de impostos, já que a medida desestimula investidores e pode comprometer o crescimento do setor.

A mudança, segundo especialistas, pode gerar impactos econômicos negativos, incluindo o afastamento de investidores e a desaceleração de projetos industriais de longo prazo, essenciais para o desenvolvimento de energias renováveis no Brasil.

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