
Revolta na Câmara: Deputados querem derrubar aumento do IOF e dão ultimato ao governo
Hugo Motta dá 10 dias para Haddad apresentar solução. Governo alerta: sem imposto, risco é de apagão na máquina pública.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), deixou claro nesta quinta-feira (29) que o clima no Congresso é de total rejeição ao decreto que aumenta o IOF. E mais: o governo tem apenas 10 dias para apresentar uma alternativa, ou o decreto corre sério risco de ser derrubado.
A declaração foi feita nas redes sociais, logo após uma reunião tensa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes do governo.
— “Reafirmei a insatisfação geral dos deputados com essa tentativa do governo de empurrar mais impostos para a população. O sentimento na Câmara é claro: derrubar o decreto do IOF”, escreveu Motta no X (antigo Twitter).
Ele ainda reforçou que o Congresso quer uma solução que seja estável e permanente — “sem gambiarras fiscais e sem prejudicar o bolso do brasileiro só para fechar as contas”, completou.
🔥 Pressão total no governo
Logo cedo, Motta se reuniu com líderes partidários para discutir a possibilidade de votar os projetos que suspendem o aumento do IOF, anunciado pelo governo na semana passada.
Enquanto isso, do lado do governo, Haddad bateu na tecla de que “não há plano B”. Na noite anterior, após conversar com Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), o ministro foi taxativo: se não houver o aumento do imposto, o risco é de paralisação da máquina pública, o famoso ‘shutdown’.
— “Se o decreto for derrubado, teremos que cortar ainda mais despesas. Isso compromete seriamente o funcionamento dos serviços públicos”, alertou Haddad.
🚨 Impacto bilionário
Mesmo após já ter recuado em parte do decreto, atendendo a pressão do mercado, o governo segue na corda bamba no Congresso. Mais de 20 projetos de decreto legislativo (PDLs) já foram apresentados para anular o aumento do IOF.
Se o Congresso derrubar o decreto sem que haja uma compensação financeira, o governo calcula que será obrigado a cortar mais de R$ 50 bilhões em despesas. Na prática, isso significa impacto direto em programas sociais, serviços públicos e investimentos em diversas áreas.