
Rui Costa Culpabiliza “Eventos Climáticos” Pelo Estouro da Meta de Inflação em 2024
Ministro da Casa Civil ignora falhas estruturais e vê nas chuvas e secas a causa do descontrole da economia
Em uma entrevista cheia de justificativas, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou nesta sexta-feira (10) que o estouro do teto da meta de inflação em 2024, que alcançou 4,83%, é resultado de “eventos climáticos” que afetaram o país. A meta para o ano era de 3%, com uma tolerância de até 4,5%, mas, segundo Costa, fatores como a seca e as enchentes são os principais vilões do descontrole inflacionário.
Com ênfase no impacto das secas e chuvas excessivas, o ministro declarou que a inflação foi severamente afetada por esses desastres naturais, como as enchentes no Rio Grande do Sul em maio e a seca que causou incêndios florestais no segundo semestre. Para ele, esses “eventos climáticos” são os principais responsáveis pela escalada de preços, especialmente em alimentos.
A constatação de que o grupo de Alimentos e Bebidas teve um aumento de 7,69% em 12 meses foi corroborada pelo IBGE, destacando o aumento no preço da carne e do café moído, que subiram 20,84% e 39,6%, respectivamente. Também pesaram na alta os preços da gasolina (9,71%) e dos planos de saúde (7,87%).
Porém, ao invés de enfrentar as questões estruturais que contribuem para a inflação, como a falta de políticas públicas eficazes e o descontrole fiscal, o governo prefere responsabilizar as condições climáticas. Enquanto isso, o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, terá que explicar ao ministro Fernando Haddad o que está sendo feito para retomar o controle inflacionário.
Este é o segundo estouro consecutivo da meta de inflação durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, com o IPCA de 2023 também ultrapassando os limites estabelecidos.
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