‘Sacoleiro’ passou 5 meses preso depois de vender mercadorias em QG

‘Sacoleiro’ passou 5 meses preso depois de vender mercadorias em QG

Ambulante foi a Brasília para ganhar dinheiro e acabou detido pelo 8 de janeiro

Ademir da Silva, um sacoleiro de 54 anos, chegou em Brasília aproximadamente às 18 horas no dia 8 de janeiro de 2023. Ele viajou de Gravataí (RS) com o objetivo de vender suas mercadorias na capital federal. Como vendedor ambulante, seu comércio inclui camisas, bonés, bandeiras e uma variedade de outros itens.

Depois de uma hora de desembarque, ao atravessar o Quartel General (QG) do Exército, foi barrado pela polícia e não pôde deixar o local. Assim, teve que passar a noite entre os manifestantes. Na manhã seguinte, foi detido junto com os outros e conduzido à Papuda.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) também denunciou Silva pelos crimes de “incitação às Forças Armadas” e “associação criminosa”.

Segundo Taniéli Telles, advogada que representa Silva, ele não se reconhece como participante dos protestos e chega a evitar mencionar em quem vota. “Ademir é itinerante”, explicou Taniéli. “Ele percorre todo o Brasil revendendo produtos que compra no Paraguai.”

Conforme Taniéli, o horário em que o homem chegou à rodoviária também indica que ele não estava envolvido no distúrbio na Praça dos Três Poderes.

Embora ciente dos fatos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido de libertação apresentado por Taniéli em fevereiro. Ele justificou a decisão alegando que Silva havia compartilhado fake news nas redes sociais. No entanto, Taniéli destacou que a última postagem de Silva no Twitter/X data de 2017.

Silva conseguiu ser solto após quase cinco meses de detenção. No entanto, Moraes determinou o uso de “tornozeleira eletrônica”.

Devido ao dispositivo, o indivíduo vem enfrentando problemas financeiros. Isso se dá pois o aparelho impõe restrições de mobilidade.

Silva está acostumado a viajar pelo país para comercializar seus produtos. No entanto, agora, ele se sustenta com o apoio de familiares e amigos, além do dinheiro proveniente das poucas vendas que consegue realizar.

No dia 8 de janeiro, o sacoleiro descartou a possibilidade de firmar o “acordo de não persecução penal” da PGR, que foi autorizado pelo STF.

As informações são da Revista Oeste

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