“Saidinha”: 29 Mil Presos de São Paulo Saem da Cadeia e Derrite Desabafa: “É um Absurdo”
Nesta terça-feira (17/09), São Paulo viu um verdadeiro êxodo das penitenciárias, com 29,5 mil presos deixando as celas por conta da saidinha temporária. O número é tão chocante quanto revoltante, e o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, não poupou palavras para expressar sua indignação, classificando a situação como “um absurdo”.
Derrite, que também é deputado federal licenciado e relator do projeto de lei que pretende acabar com esse benefício, manifestou seu descontentamento com a decisão do Judiciário. Segundo ele, apesar de a lei que proíbe as saidinhas já ter sido aprovada pelo Congresso Nacional, o entendimento atual é de que os detentos que estavam cumprindo pena antes da nova legislação ainda têm direito à saída temporária. “É uma vergonha que esse benefício continue existindo para quem já estava condenado antes de abril de 2024. Essa discussão ainda precisa ser resolvida pela Suprema Corte”, disse Derrite com evidente frustração.
Para piorar, entre os beneficiados pela saidinha estão nomes de peso como Cristian Cravinhos, condenado a 38 anos pelo brutal assassinato dos pais de Suzane Von Richthofen, e Lindemberg Alves, condenado a 39 anos pelo cárcere privado e assassinato de Eloá Pimentel. A ideia de que esses criminosos possam usufruir de tal benefício é, no mínimo, revoltante.
Durante a saidinha, os detentos devem seguir algumas regras, como evitar festas e eventos noturnos, além de permanecer em casa entre 20h e 6h. Contudo, 70 detentos já foram retornados ao presídio por descumprirem essas regras, o que levanta ainda mais questões sobre a eficácia e segurança desse benefício.
A justificativa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) para permitir as saidinhas é promover a ressocialização e a manutenção de vínculos familiares. No entanto, com tantos criminosos liberados, a decisão soa mais como um convite ao caos do que um passo para a reintegração social.
A última saidinha do ano, prevista para o período de festas em dezembro, ainda está por confirmar. Enquanto isso, a indignação e o repúdio crescem, refletindo a sensação de que a justiça está, mais uma vez, deixando a desejar.