SÃO PAULO

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Empresas De Ônibus Suspeitas De Ligação Com O PCC Recebem Mais De R$ 800 Milhões Da Prefeitura

As empresas de transporte coletivo Transwolff e UPBus, operando nas zonas Sul e Leste da capital paulista, respectivamente, receberam cifras que ultrapassam os R$ 800 milhões da Prefeitura de São Paulo em 2023, conforme divulgado pelo Ministério Público nesta terça-feira (9).

Dirigentes de ambas as empresas estão sob suspeita de conexão com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e foram alvos de uma operação liderada pelo MP. Na ação, dois dirigentes e um representante da Transwolff foram detidos, enquanto um dirigente da UPBus encontra-se foragido.

O Ministério Público destaca que o crime organizado tem alçado grandes proporções no país. A operação teve como objetivo minar as atividades do PCC no setor público e causar danos financeiros à facção.

“O que nos preocupa é que a organização está tomando proporções de uma máfia, infiltrando-se no estado, participando de licitações governamentais. Isso é característico das máfias, como já vimos na Itália. E esta operação está agindo para sufocar financeiramente esse grupo”, aponta o promotor Lincoln Gakiya.

No total, foram executados 52 mandados de busca e apreensão na operação, abrangendo a capital, Grande São Paulo e cidades do interior do estado.

Em uma das residências de Luiz Carlos Efigênio Pacheco, proprietário da Transwolff, foram encontradas diversas armas de fogo, além de quantias em dinheiro e joias.

Em decorrência da operação, a Prefeitura de São Paulo assume a gestão das linhas operadas pelas empresas.

O prefeito Nunes anunciou que designou dois interventores para gerir as duas empresas alvo da operação ‘Fim da Linha’. Os nomeados são Valdemar Gomes de Mello e Wagner Chagas Alves, ambos funcionários de carreira da SPTrans.

“Já emiti o decreto publicado hoje no Diário Oficial determinando a intervenção na Transwolff e na UPBus. Conto com a colaboração da imprensa para deixar claro que não haverá interrupção nos serviços de transporte público municipal por parte dessas empresas. Fornecedores continuarão a ser pagos. Os interventores já estão nas duas empresas. Não haverá demissões de funcionários. Apenas a gestão das empresas será modificada”, afirmou o prefeito.

As decisões judiciais também preveem o bloqueio de bens dos investigados, com valor máximo de quase R$ 600 milhões.

Os dirigentes das empresas devem se afastar de seus cargos, enquanto cinco deles, ligados à UPBus, terão que cumprir medidas cautelares, incluindo a proibição de frequentar a empresa e de deixar a cidade sem prévia autorização judicial.

A operação conta com o apoio da Polícia Militar, da Receita Federal e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável por fiscalizar e combater abusos de poder econômico.

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