
“Se a resposta não aparece, precisamos fazer mudanças”, diz Tarcísio sobre afastamento de diretores de escolas
Governador explica que afastamentos são baseados em dados como frequência e evasão, e que diretores terão chance de se reciclar; sindicato critica critérios
Durante visita a Piracicaba (SP), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), falou sobre o afastamento de diretores de escolas estaduais que apresentam baixo desempenho em avaliações oficiais. Segundo ele, essa medida é tomada quando, mesmo após tentativas, os resultados não melhoram.
“Na maioria dos casos, os diretores foram escolhidos por processos seletivos coletivos, mas às vezes a resposta que esperamos não aparece. Nesses momentos, é necessário fazer substituições”, afirmou Tarcísio.
O governo estadual já afastou pelo menos seis diretores, que continuam recebendo seus salários e terão a oportunidade de participar de cursos de requalificação para voltar melhor preparados.
O governador destacou que o critério para essas decisões leva em conta indicadores como frequência dos alunos e índice de evasão escolar, além de resultados em avaliações como o Saresp e o Saeb. “Cada escola tem suas metas calibradas, e o desempenho dos dirigentes precisa estar alinhado a esses resultados. É um processo parecido com qualquer organização que busca evolução constante”, explicou.
Ele ainda reforçou que há escolas com ótimo desempenho e outras que precisam melhorar, por isso é importante oferecer capacitação contínua. “Quando retiramos um diretor, é para que ele possa se reciclar e voltar com mais condições de contribuir”, completou.
Por outro lado, o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) contesta os critérios usados para essas avaliações. Para o diretor Roberto Guido, a avaliação precisa ser mais coletiva, envolvendo professores, pais, estudantes e funcionários, para realmente captar a qualidade da educação.
O professor Fernando Cássio, da USP, também lembra que a qualidade do ensino é uma questão complexa, influenciada por infraestrutura, condições de trabalho e participação democrática na escola, e que depender apenas dos indicadores pode ser insuficiente.
A Secretaria da Educação de São Paulo reforça que os afastamentos seguem a Resolução nº 12, de janeiro de 2025, que regulamenta os critérios de avaliação dos diretores e considera a vulnerabilidade de cada escola para garantir justiça nas análises. Os profissionais afastados continuam na rede estadual em outras