Secretário de Segurança diz que “nem sabia” de 56 mortos em operação
Apesar do fim da ação no litoral de São Paulo, o governo determinou um aumento no efetivo fixo na Baixada Santista de 341 policiais
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, declarou que não estava ciente do número de mortos resultantes da Operação Verão, que foi encerrada recentemente. Ele mencionou que não fazia essa contagem, embora reconhecesse que o ideal seria que não houvesse nenhuma morte, mas que a realidade atual do combate ao crime no Brasil e em São Paulo torna isso difícil de alcançar.
A Operação Verão é uma ação policial tradicional que ocorre durante os meses de verão no litoral paulista. Este ano, durou quatro meses e resultou em 56 mortes, além de 1.025 suspeitos presos, 438 dos quais procurados pela Justiça, e 47 menores apreendidos. Segundo a polícia, as mortes foram de suspeitos que teriam atirado contra os agentes, que reagiram.
Entretanto, familiares das vítimas denunciaram às organizações de direitos humanos que civis foram executados pelas forças de segurança e que os policiais compareceram aos velórios como forma de intimidação. Além disso, funcionários de unidades de saúde acusaram os policiais de levar os mortos aos hospitais, atrapalhando possíveis perícias.
Derrite também mencionou os policiais mortos em serviço, citando seus nomes. Apesar do término da Operação Verão, o governo de São Paulo anunciou um reforço no efetivo policial na Baixada Santista com 341 policiais designados para atuar permanentemente na região.