“Sem Crime e Sem Piedade: Pai de Recém-Nascido Permanece Preso por 18 Meses Sob Olhar de Moraes”
O ex-policial militar Marco Alexandre Machado de Araújo vive uma prisão que parece não ter fim. Preso há um ano e meio, sem denúncia formalizada pelo Ministério Público ou provas de que tenha cometido qualquer crime nos atos do dia 8 de janeiro, ele enfrenta uma realidade dura e solitária. No Complexo Penitenciário da Papuda, distante 420 quilômetros da família em Uberlândia, Minas Gerais, Marco lida com a saúde mental debilitada, agravada pelo isolamento e pela ausência dos quatro filhos, incluindo a caçula de apenas nove meses, a quem quase não teve chance de conhecer.
O advogado de defesa Geovane Veras alega que não há provas contra Marco além de fotos dele dentro do STF, e nenhuma delas sugere dano ao patrimônio público. “Ele estava colaborando com a Polícia Legislativa”, afirma o advogado, que teve pedidos negados para obter as gravações que supostamente comprovariam a inocência de seu cliente. Três solicitações de liberdade provisória foram rejeitadas, enquanto o ex-policial continua sem julgamento, contrariado até pela previsão legal de revisão da prisão preventiva a cada 90 dias.
Para a mãe de Marco, dona Iara, de 81 anos, a prisão levou o filho a um sofrimento psicológico profundo. “Ele emagreceu 40 quilos e está irreconhecível,” desabafa a idosa, indignada com o sofrimento imposto ao filho, que nunca foi diagnosticado com esquizofrenia, mas agora vive enclausurado e desamparado. Sua esposa, Juliane, que enfrentou a gravidez de risco sozinha, lamenta a ausência do marido nos momentos mais importantes para a família. “Eu sonhava com nossa filha, e tudo virou um pesadelo,” confessa.
Este caso é um reflexo de um sistema que, ao ignorar os prazos legais, coloca uma família inteira em agonia, enquanto um homem permanece preso por um crime que nem foi formalmente acusado de cometer.
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