Senador do PT quebra o silêncio e admite: CPMI do INSS não interessa ao governo Lula

Senador do PT quebra o silêncio e admite: CPMI do INSS não interessa ao governo Lula

Fabiano Contarato foi contra a decisão do próprio partido e assinou a CPMI que investiga fraudes no INSS. Para ele, governo quer evitar desgaste.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) decidiu ir na contramão da bancada petista e foi o único do partido a assinar o pedido de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar um esquema de fraudes no INSS. Sem rodeios, ele admitiu que a investigação não interessa ao governo Lula.

“Esses fatos atingem pessoas que estão na ponta, na maior vulnerabilidade. Isso precisa ser apurado. Mas, claro, não é algo que agrade ou interesse ao governo”, declarou o senador nesta segunda-feira (26/5).

Contarato deixou claro que, na visão dele, o foco do governo está em aprovar medidas que impulsionem a economia, gerem empregos e reduzam a desigualdade. E, nesse contexto, uma CPMI sobre o INSS seria um fator de desgaste político.

A declaração veio poucos dias após o PT no Senado, que tem nove senadores, se reunir e decidir coletivamente que não apoiaria a criação da comissão. Mesmo assim, Contarato seguiu sua própria consciência.

“Durmo de consciência tranquila. O partido me dá liberdade para tomar minhas decisões. Expliquei meu posicionamento na bancada, e cada senador tem autonomia para decidir. Eu optei por assinar”, afirmou.

Ele ainda reforçou que investigar é dever do Congresso e que isso não significa atacar o governo. “Uma coisa é o Executivo, outra é o papel do Legislativo, que também precisa fiscalizar.”

O escândalo envolvendo o INSS foi revelado pelo Metrópoles no fim de 2023 e mostrou um esquema pesado de fraudes, envolvendo entidades registradas em nome de laranjas e cobranças indevidas, o que levou a Polícia Federal a abrir investigação.

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